quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Velocidade contra producente

Na última terça-feira, 28 de outubro, tive de entregar uma resenha para a disciplina de Legislação em Jornalismo que respondesse à seguinte questão "Há alternativas para uma atuação do profissional de jornalismo em que se respeite especialmente a privacidade e o conceito de interesse público na atualidade?". A resposta deveria ser elaborada levando em consideração um debate realizado pela turma nos dias 14 e 21 de outubro a partir da leitura do 1º capítulo do livro "Ansiedade de informação", de Richard Saul Wurman; e de dois artigos presentes na edição de outubro da revista "Scientific American Brasil": "Fim da privacidade" de Daniel J. Solove e "A privacidade está morrendo, ou já morreu?" por Ethevaldo Siqueira.

Velocidade contra producente

Afirmar que a globalização jamais haveria chegado em seu estágio atual sem a revolução da comunicação não é notícia de hoje. Tampouco seria inovador dizer que a informação, sua produção e detenção, é a forma de governar o mundo, consolidando interesses dos grupos dominantes pela influência que exerce nas pessoas. Para sobreviver nesse habitat, não só as grandes companhias, mas também a população em geral, precisam de informações que as orientem sobre o mundo que as cerca.
Aí se inserem novamente os grandes conglomerados donos ou patrocinadores dos grandes meios de comunicação de massa. As mesmas tecnologias revolucionárias da comunicação, são utilizadas por essas empresas num confronto para ver qual consegue transmitir mais dados à população antes da concorrência. Um dos reflexos dessa produção em massa é a duplicação do conteúdo informacional a cada cinco anos. Essa ocorrência poderia ser extremamente benéfica se, primeiro: tivéssemos acesso e capacidade de compreender esses dados; e segundo, fossem realmente relevantes para as pessoas.
Infelizmente, não é o que vêm se observando. O ritmo e o volume de tal produção fordista de informações é tamanha que ao invés de saciar a necessidade que as pessoas têm, gera uma ânsia por não permitir que elas acompanhem tudo que está sendo divulgado. O caso extremo dessa sobrecarga é uma edição do New York Times que foi às ruas em 13 de novembro de 1987. Com 1612 páginas, sua leitura e compreensão em um único dia são impossíveis a qualquer ser humano, o que evidencia o mar de informações no qual estamos afogados.
Tão afogados, que nem nos damos conta que boa parte disso não constitui mais do que dados brutos, muitos dos quais, devido à sua desconexão com outros necessários a sua compreensão, nunca terão algum significado. Esta perda na produção jornalística, devido a demanda por construção de “notícias” a uma velocidade ultra-sônica, se dá não só na construção dos elementos textuais que trarão significado a elas, como também nos conteúdos por elas abordados.
O Big Brother é um dos mais gritantes casos de esvaziamento do conteúdo midiático e confusão entre vida pública e privada. Se a princípio havia alguma curiosidade um tanto quanto científica dos holandeses que o planejaram para estudar o comportamento humano nas conhecidas condições do programa, o que até justificaria ser calcificado como de interesse público, hoje ele não é mais do que uma afirmação da fome da população pelos seus 15 minutos de fama. Ora, quem criou essa necessidade foi a própria mídia. Num primeiro momento por atiçar a curiosidade das pessoas e vender como notícia o glamour da vida privada de artistas, políticos e demais personalidades cujo trabalho era antes o foco das pessoas e, depois ao trazê-las para auditórios e concursos que lhes proporcionassem, mesmo que brevemente, a mesma sensação de importância. Desta forma, a mídia foi criando uma nova fatia de mercado, pautado muito mais no que é de interesse do público, mesmo sem ter efetiva relevância para suas vidas, mas que se manteve pelas condições de mercado.
Com o advento da Internet, somado a câmeras fotográficas e filmadoras digitais - ultimas inovações da anteriormente comentada revolução da comunicação - as pessoas viram a sua oportunidade de se fazerem conhecer através de blogs, fotologs, sites de relacionamentos. Ao tentar se cadastrar num deles as pessoas são, mais uma vez, inundadas por informações dos termos do contrato, entre as quais se encontram aquelas referentes à privacidade. Mas, como as pessoas estão mais interessadas em ler sobre a vigésima internação da Amy Winehouse numa clínica de reabilitação para narcóticos elas simplesmente aceitam os termos do contrato sem se preocuparem como os outros usuários poderão se valer de suas informações pessoais.
A auto-exposição de estilos e preferência das pessoas na Internet vem sendo largamente aproveitada por empresas que as têm como publico alvo; entretanto, esta invasão, permitida pelo contrato do site, é velada e, novamente, as pessoas não são assim tão bem informadas quanto às grandes operações de poderes que tramitam nos bastidores. Por quê? Porque a mídia não lhes informa largamente sobre esse tipo de utilização que tange efetivamente a vida do internauta. Muito pelo contrário. Ela se alimenta disso na composição de muitas de suas matérias bombásticas e fomenta seu avanço.
Especialistas, como os trazidos pela reportagem da Scientific American Brasil, afirmam que não há mais privacidade e tudo o que resta a ser resguardado pelas instituições governamentais, sites e organizações que detêm nossas informações, é o acesso a tais informações e que muitas pessoas nem se importam com isso, o que é um fato incontestável. Mesmo que alguém permita, ou não esteja em condições de negar, a exploração de seu universo particular pela imprensa em algum momento íntimo e delicado de sua vida, muitas vezes, essa exposição não tem caráter informativo, somente de espetáculo para atração da audiência.
Embora a capacidade de atrair a audiência seja fundamental para a sobrevivência econômica de um jornal, aquele que o produz, o jornalista, têm uma função social estabelecida em seu código de ética: informar o que for interesse público “contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas”. Segundo o mesmo documento o jornalista não pode “divulgar informações de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes”. Ponto que vêm sendo transgredido de maneira tão dilacerante nas ultimas coberturas jornalísticas, como nos casos da defenestração de Isabella Nardoni e o seqüestro seguido de assassinato Eloá Pimentel que até mesmo jornal Zero Hora do Grupo RBS, uma das afiliadas da Rede Globo, teve de comentar, no seu editorial de 25 de outubro de 2008, o abuso nas notícias televisadas dos casos, especialmente do segundo.
Apesar de, no caso acima citado, o editor chefe não ter tido a dignidade de colocar o dedo na ferida e acusar falhas internas de seu veículo, a própria mídia começa a sentir os danos que causa quando invade um espaço que está além de seus limites. Apesar da tragédia, este é um bom momento para que os próprios jornalistas, formados ou estudantes, repensem sua atuação e levem esse novo pensamento para suas chefias através de negociações. Num caso mais extremo a organização da classe jornalística – hoje tão paralisada – junto a estudantes em uma greve seria, apesar da distância da realidade, uma boa forma de barganha.
Entretanto, uma vez que as próprias camadas dirigentes da mídia estão se dando conta da saturação da forma como se dá a apresentação dos conteúdos por ela veiculados, suas concepções estarão mais permeáveis a boas propostas de mudanças. Tais proposições, juntamente a estudos pedagógicos, talvez possam resgatar a dimensão educacional dos meios de comunicação. Criar-se-ia, assim, um caminho mais voltado para as reais necessidades da população e da plena atuação funcional do jornalismo, ao buscar maior qualificação de seus empregados, ampliando suas capacidades de redação, e, assim, aprofundando as possibilidades de interesses de um novo público leitor.

sábado, 18 de outubro de 2008

"Boneca de porcelana"

Jorge sentia cada milímetro das palmas de suas mãos arderem no contato com a enxada. O sol já estava no horizonte, mas a sensação causada pela insolação fazia com que parecesse meio-dia. Sua cabeça ardia de calor e cansaço. Seu estômago reclamava da fome causada pela escassez de comida e dinheiro. Não conseguia pensar em outra coisa senão em sua pequena filha, cujo aniversário era no dia seguinte e a quem não poderia dar nem mesmo um mínimo necessário de comida.
Dava suas últimas machadadas quando ouviu um som oco. O pedaço de terra removido revelara a existência de algo de couro. O camponês cavou com a pouca força que lhe restava, conseguindo desenterrar o baú por inteiro apenas quando a noite já havia caído. Estava sujo, mas era, de fato, um artigo luxuoso. Destravou seus fechos e abriu-o, viu, então, um volume de seda rota que revelava apenas pés de porcelana com sapatinhos de couro. Mal pôde acreditar que havia encontrado boneca tão cara enterrada por ali. Pensou em levá-la para a feira em Amsterdã, mas lembrou-se da filha que, pela primeira vez na vida, teria um presente de aniversário. Recobrou o fôlego e, feliz como nunca antes em sua vida, arrastou o baú até sua casa, limpou-o e deixou-o, então, aos pés da cama da criança, que dormia profundamente. Desabou na cama de palha e passou a noite inteira sonhando com a alegria de sua filha e esposa ao verem a surpresa.
Na manhã seguinte, Jorge acordou com um leve e agudo grito vindo do quarto da criança. Entusiasmado, despertou sua esposa e lhe contou da surpresa que havia preparado. Vestiram-se rapidamente e foram quase que saltitando até o quarto da menina. Chegando lá, a encontraram ao chão, desmaiada com a boneca nas mãos e o lenço de seda ao lado. O camponês correu ao corpo da filha e ao desprendê-la da boneca viu que esta, na realidade, era um cadáver de criança.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

saindo do ar...


Embora, conscientemente falando, eu não tenha lá muita vergonha de falar em público, nem de falar na rádio confesso que gelei na semana anterior ao pensar em fazer um programa de TV, passei mal de nervosismo e fugi. Poderia usar a desculpa de que em se tratando de câmeras eu prefiro estar atrás delas. Não seria uma mentira, uma vez que já fiz um curso pra ter noções de cinema ,no qual produzi um curta na função de diretora, e que para a cadeira de TecAV me senti bem mais confortável ajudando a Korman ao definir enquadramentos e movimentos de caâmera do que aparecendo. As luzes estouradas dos estúdios me incomodam, preferiria ser a voz do ponto, ainda que isso seja uma fuga.
De qualquer forma é certo que depois de passar por essas experiências eu ,assim como a Donat, terei menos problemas ao ter de enfrentar esses desafios nas próximas cadeiras do curso e talvez, na vida profissional.
Acabando com as minhas ladainhas pessoais falemos da televisão propriamente dita, em especial a digital. Enquanto visões otimistas quanto à sua implantação no Brasil devido a, entre outros fatores, o lançamento de um conversor popular, o fato é que muitas coisas não forma bem esclarecidas ao público brasieliro. Se nós na famecos temos acesso a informações mais minunciosas sobre esse novo sistema, se devem muito mais às nossas aulas com professores altamente qualificados do que com as informações que circulam na mídia. O.k. o governo está impulsionando a produção de conversores mais baratos. Contudo, para se ter uma qualidade digital de fato isso não basta, pois os aparelhos de tv disponíveis no mercado não tem, em sua maioria, número de linhas necessário para uma reprodução digna desse sinal. Devido a essa falta de informação, um colega na cadeira de Intro. à Metodologia de Pesquisa em Comunicação escreveu um artigo para a mesma sobre TV digital no qual conclui que, hoje, para se obter o máximo de qualidade dessa tencnologia seria necessário gastar entre 6 e 8 mil reais. Não sou tão pessimista quando esse meu colega, para quem esse upgrade de mídia só se completará no Brasil lá por 2030, mas a meta prevista pelo governo , 2016, é um tanto quanto otimista se levarmos em consideração o tempo que outras tecnologias mais baratas levaram para se consolidar.
Outro aspecto comentado foi quanto à capacidade das grandes emissoras de televisão do país produzirem programas com tal qualidade tecnológica, devido novamente ao fator econômico, tanto no que concerne os preços de produção quanto ao sharing de público que uma maior interatividade geraria, e as conseqüências econômicas disso.
Nessa hora foi inevitável a discussão sobre a qualidade da produção das novelas da Rede Globo ,talvez não como conteúdo, mas as qualidades 'filmográficas' delas que são grandes arrecadadoras de renda, através de comerciais e referência o mundo a fora.
Mundo esse que foi dominado pela interatividade do programa LOST, transmitido entre 2006 e 07, no qual sentar e absorver se transformaria num problema, uma vez que as respostas estavam espalhadas pela Internet e não no programa em si. A partir disso, muitos decretaram o fim da televisão como era. Todavia, agora, em 2008, ainda não foram feitos outros programas no mesmo formato e seriados a moda antiga como House continuam fazendo sucesso.
**essa foi a última postagem para a cadeira de Lab Jorn. Mas não a última postagem at all, se a júlia donat me deixar a concessão do blog ;)

terça-feira, 1 de julho de 2008

chegamos ao fim

Encerramos na última Quinta-feira o último módulo da cadeira de Laboratório de Jornalismo com um programa de tv, que deveria se manter no ar durante dois blocos de dez minutos cada. Nosso grupo decidiu fazer o primeiro bloco com notícias e o segundo com uma entrevista. Não conseguimos completar os 20 minutos propostos, mais uma vez por inexperiência de não ter material de reserva. Após o programa, pude perceber que o nervosismo já havia diminuído em relação à primeira experiência que tivemos, o boletim de rádio.

Essa semana, teremos o “fechamento” da disciplina, em uma aula na qual os professores comentarão todos os trabalhos do semestre. Mas, mesmo antes disso, já tenho certeza de que esse “aperitivo” do curso que tivemos ao longo deste semestre foi extremamente proveitoso para todos. Pudemos ter contato com todos os meios, debater novas tecnologias e até mesmo produzir este blog, um jornal e programas de tv e rádio. Foi o primeiro contato prático com a profissão para muitos, como no meu caso.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

TV

Iniciamos, ontem a noite, o último módulo da cadeira de Laboratório de Jornalismo. Falaremos agora sobre a TV. No primeiro momento da aula, aprendemos sobre a história da televisão no Brasil e sobre as características da mesma. A TV exige um ritmo ágil e uma linguagem conversada, e embora o comunicador esteja falando para milhões, deve falar diretamente com apenas um. Por isso se evita a utilização do plural neste veículo, e a palavra "você" aparece tão seguidamente.

No segundo momento da aula, o professor Pellanda procurou esclarecer algumas dúvidas sobre a TV Digital, que tem no Brasil um formato único. Se misturaram o modelo japonês e uma tentativa de um sistema brasileiro de tv digital, hoje representado pelo software Ginga. Ficou claro que esse mercado recém começa a surgir, o que nos prova mais uma vez que novas mídias e oportunidades de emprego tem surgido a cada dia.

terça-feira, 10 de junho de 2008

(des)Programando a RadioFam


Na última quinta feira, 05 de junho, tivemos de levar ao ar uma programação rádialística de 20minutos na qual devería prevalecer o gênero jornalístico. Durante os primeiros dez minutos, tudo correu bem, minha companheira, Júlia Donat, nos relatou as principais notícias de grêmio e inter; Cristine, os acontecimentos políciais; Márcia trouxe os acontecimentos políticos; Grayce, as notícias do Geral;Graziela, as reportagens internacionais; eu falei de política (enquanto meu lado dominador coordenava os microfones) e o Foster nos trouxe um mousse de chimarrão. Notícias essas interligadas
pelos âncoras Júlia Manzano e Tiago. Não só pela ausencia da colega Carolina Ceolin, mas principalmente por uma falta maior de planejamento, após a música relacionada aos eventos culturais não tinhamos mais assuntos em pauta. Apelamos para o horóscopo e outrs improvisos, o que nos foi um tanto prejudicial na hora, como bom que tenha sido nessa 1a experiência, para aprendermos a planejar melhor as coisas já para o programa de televisão que faremos nos próximo módulo.
Como ontem, dia 09 de junho, o Prof. Mércio deu aula sobre reportagem radialística na aula do Prof. Juremir e falou nas épocas do rádio, deixo aqui um vídeo de um sambista da sua época de ouro, Cartola.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

bom e alto som, transposto a letras.

Após ver o ótimo filme de Helvécio Ratton, "uma onda no ar", sobre a criação da Rádio Favela de BH, foi irresistível começar os posts sobre o módulo que trata dessa mídia.
Embora poucos tenham lido o texto solicitado pelos professores, o que fez com que o texto em si não tenha sido muito debatido, muitas questões foram levantadas sobre esse veículo que leva informações e embala as pessoas desde os tempos de nossos avós. Foi discutida a diferênça de qualidade entre uma transmição AM e FM, o que levou o grupo a falar sobre a recente entrada da rádio gaúcha para esse tipo de ondas, que permite uma maior abrangência das freqüências transmitidas, bem como menor ruído no som transmitido. A partir daí, os professores Mércio e Pellanda, passaram a explicar também as diferenças entre os modelos de rádio digital europeu e americano. Confesso que nunca tinha ouvido falar em rádio digital e que me sumpreendi em saber desde a mais simples inovação, como a possibilidade de se ter pequenos textos nos aparelhos de rádio, até, finalmente, as diferenças entre os dois sistemas. Embora ambas confiram maior interatividade e qualidade de CD ao som transmitido, a versão desenvolvida no velho mundo possibilitaria maior no. de emissoras.
Mas, será que as pessoas realmente vão continuar a ouvir rádio, tanto AM como FM agora que há possibilidade de levar milhares de música em um MP3, ou criar sua própria rádio em sites como o Last FM, disponível agora até em português? Uma vez que o rádio conseguiu se reinventar com a chegada da TV e sobreviver, creio que, com a entrada do rádio digital e inovações de programação até o radio jornalismo, que conforme pesquisa citada pelo prof. Mércio, pode conseguir baixar a idade média de seu público, 53 anos ou mais, e reconquistar os jovens.
Depois de toda discussão, desafio de rádio parte um: alunos tiveram de ler uma reportagem como se estivessem a apresentando um programa de rádio. Exatamente pela falta de conhecimento de muitos sobre seu formato alguns equívocos foram cometidos. O meu, por exemplo foi esquecer de dar minha assinatura para o lab. jornal. Depois ouvirmos a todas notícias e rirmos uns dos outros, mas principalmente de nós mesmos devido a vergonha de sermos ouvidos em nossa inexperiência, foi alentador ouvir o professor Mércio dizer que não ouveram grandes problemas. O desafio agora é nos organisarmos nos grupos estabelecidos na última quinta feira para levar ao ar na RádioFam um programa de 20minutos na próxima aula.
júlia schwarz, pro lab. jornal.
;)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

segundos criticos antes do fechamento da edição

Diferentemente de um jornal normal, nossa experiência de produção jornalística para a disciplina de laboratório teve muito mais de vinte e quatro horas. Todavia, a correria dos futuros jornalístas não foi pouca. Sem um editor efetivo e/ou um pauteiro tivemos de dividir dentro das equipes editoriais as pautas e o espaço pertinente a cada uma. Sendo parte da editoria MUNDOnão teria como ir desvendar os fatos que me levariam a uma reportagem, mas sim, me servir dos tão criticados press releases, fotos cedidas e afins para produzir a reportagem que escolhi sobre a questão dos conflitos no tibet, que após algum tempo apagada ressurgiu na mídia.
Se para a editoria da minha companheira de blog o grande problema foi ter de cortar os textos, na minha foi lidar com o programa de diagramação de páginas. Apanhamos muito para conseuir enquadrar tudo da mehor maneira possível mas, ao final, o resultado e a experiência foram bem satisfatórios,o que aumenta a ansiedade para ver o resultado final em formato tablóide.
Encerro assim, de maneira rápida e no ultimo instante, a edição do módulo jornal para abrir o ciclo do rádio.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

módulo jornal

Na última aula, terminamos a diagramação do jornal que produzimos nas últimas semanas. Participei do editorial de Esportes, área do jornalismo em que gostaria de atuar no futuro. A frase mais repetida nessas semanas de trabalho, ao menos no nosso caso foi "vai ter que cortar". E como é difícil o trabalho de cortar. “Estou cortando a parte certa?”, “Sem esta frase meu texto não perderá o sentido que imagino estar passando ao leitor?” Nesta hora, foi decisivo o apoio dos colegas e dos professores. Quanto mais opiniões tínhamos, mais seguros para tomar decisões nos sentíamos. Além do aprendizado, o jornal foi uma oportunidade de conhecer outras pessoas. Montamos uma boa equipe, nos divertimos bastante e ficamos com a sensação de dever cumprido.

Como leitura do módulo jornal, o autor escolhido foi Ricardo Noblat. Em “A arte de fazer um jornal diário”, ele critica duramente os jornais produzidos hoje em dia. Propõe mudanças e relembra valores essenciais ao jornalismo, como a ética e o compromisso com a verdade. Principalmente, Noblat deseja que os jornais estejam distanciados da televisão: “Os jornais que resistem à influência avassaladora da televisão ainda são capazes de enxergar a relevância social de um fato e dar-lhe a importância devida. A televisão comercial, não. Ela examina o fato, antes de tudo, à riqueza de imagens que possa oferecer. E da audiência que possa atrair”. Faltam aos jornais de hoje reportagens investigativas, históricas. O modelo que recebemos em nossa casa, que compramos nas bancas, está com os dias contados e, como futuros jornalistas, vivenciaremos de perto as mudanças desse veículo tão importante.

Durante este tempo, também tivemos a oportunidade de assistir a palestra da W3haus, agência de Internet. Foi interessante conhecer um novo campo de trabalho em comunicação, que pode ser o futuro de muitos.


Na próxima aula, iniciamos o módulo Rádio, com a gravação de um boletim de cerca de 30 segundos. Até!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

excedendo o tempo de internet

Embora ontem tenha sido iniciado o módulo dedicado ao jornal impresso, uma notícia veiculada hoje por esse formato de mídia me faz retomar o polêmico assunto da internet. Durante as aulas, discutimos se há, ou não, uma necessidade de regulamentar a internet e controlar seu conteúdo. Hoje a zero hora publicou uma reportagem sobre a utilização do orkut por pedófilos, assunto importante, mas um tanto quanto recorrente. Mostrando o outro lado da fiscalização de conteúdos online, foi trazido ao leitor uma notícia sobre a quebra de sigilo de dados de um jornalista chinês pelo yahoo, que entregou-o ao governo chinês por ter enviado por e-mail um documento cuja publicação vai de encontro às vontades do governo comunista. Além disso, a reportagem mostra a repercussão do fato além das fronteiras da china.
*reportagem sobre pedofilia
*reportagem sobre a quebra de sigilo


Polêmicas não faltam quando são debatidas em um grande grupo os MCMs. Não só pelo impacto produzido pelas inovações tecnológicas que trazem, bem como seus novos conceitos de trasmissão de informações, e acessibilidade ou não à população. Ao se descutir os problemas ecológicos, financeiros, entre outros, que podem ser gerados pelo papel impresso, o Professor Pellanda apresentou ao grupo uma nova tendência do mercado mundial, o papel digital. Elaborado para que livros, jornais e outros documentos impressos possam ser recebidos por assinantes via web, evitando assim o uso de papel. Contudo essa tecnologia é produzida,hoje, por apenas duas empresas, a Amazon e a Sony há lista de espera e o preço (entrono de $400,00 o da amazon e $300,00 o da sony) ainda não é acessivel a boa parte da população, conforme disseram alguns alunos. O Professor Mércio comparou então o preço dessa tecnologiacom a assinatura anual de grandes jornais brasileiros mostrando que em alguns casos essas tem preço superior ao de um aparelho como esses.
Eis que surgiu então um debate sobre quanto tempo as tecnologias levam, no Brasil mais especificamente, para deixarem de ser consumíveis apenas para a elite do povo brasileiro, chegando a um patamar popular. Citou-se o exemplo do celular que dez anos atrás custava aproximadamente mil reais, ainda no seu formato 'tijorola', e hoje pode ser adquirido gratuitamente ao contratar um linha telefônica. A popularização da internet, e seu acesso com maior velocidade, são muito recentes em no país, bem como as discussões a respeito das suas vantagens, desvantagens e valores. No Japão porém essa preocupação já existia dez anos atrás quando foi lançado o anime Lain , no qual, influenciada por uma colega,a protagonista abandona seu corpo real para viver no mundo virtual.
É no meio de diversas dúvidas quanto às novidades tecnológicas, tanto no que diz respeito à democratização do seu acesso, quanto à forma como serão absorvidas pela sociedade, e até que ponto substituirão os já consolidados meios de comunicação, que se encerra o módulo internet. As respostas a estes questionamentos ainda levarão um certo tempo. Algumas podem vir a ser solucionadas antes mesmo do encerramento do blog, junto ao semestre acadêmico. Já outras poderão levar mais tempo. Certo é que o ritmo alucinante da globalização fará com que chegue-se a elas mais rapidamente do que o tempo levado pelos mais antigos meios, jornal e radio, para consagrarem-se junto ao público.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

a experiência do excesso

Ontem à noite, quando iniciamos o trabalho do Blog Posperiodimo, terminamos também a discussão do módulo Internet em aula. Após aprendermos sobre História da Internet e lermos o texto A Cultura Digital, do professor Rogério da Costa, sucederam-se alguns debates sobre o futuro da interatividade, uma questão que divide opiniões. Enquanto alguns temem pelo futuro das relações sociais, outros vêem nas facilidades proporcionadas por essa tecnologia um maior tempo livre para atividades variadas.

Já existem precedentes que indicam que a necessidade de socialização do ser humano é maior do que a tecnologia. Redes disponibilizam seus serviços de maneira online, mas nem por isso perdem sua clientela nas lojas. Quando em dúvida frente a diversas opções, é característico o desejo de troca de informações da pessoa, seja com o vendedor ou com outros clientes da loja. Mesmo com todas as possibilidades de comunicação instantânea, através do Messenger, do Skype ou até mesmo do Orkut, os jovens de hoje tem uma vida social tão ou mais intensa do que a dos jovens de 10 anos atrás.

Se existe algo que pode ser negativo nesse boom interativo é nos restringirmos a um perfil específico sem ao menos conhecer outras possibilidades. Serão tantas variações de azul que talvez nem se chegue a conhecer o amarelo. Como diz o texto de Rogério da Costa, chegamos a um ponto de conversão em que experimentamos o limite do sonho da sociedade de consumo, quando a oferta era algo fundamental, mas nunca havíamos tido a experiência do excesso. Vivemos isso desde agora, e cabe a nós trilharmos o melhor caminho possível dentre essas intermináveis opções de destino.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

bom, ou mau, um começo

Sendo duas, entre as quatro outras Júlias da turma, nos juntamos, por um motivo ainda um tanto quanto oculto, para fazer esse blog para a cadeira de Laboratório de Jornalismo. Talvez, poderia se apontar nossa convivência anterior no Colégio Pastor Dohms, mas essa foi praticamente nula. Nos conhecíamos de vista e até andávamos com amigos em comum, mas nunca havíamos trocado uma única palavra. Talvez não tivéssemos trocado nem agora, não fosse por alguns novos colegas que, finalmente, nos levaram a algum contato o qual esperamos que, se não render uma boa amizade renda, ao menos, uma boa nota. Damos então por aberto o blog da disciplina coordenada pelos professores Pellanda e Mércio.
No próximo post: relatório sobre o módulo de Internet.