sábado, 16 de maio de 2009

el desahogar del alma

Los talones son las primeras partes a se desplegaren del suelo. Un treintaavos de segundo después, también los dedos del pie están en el aire. Tchuff como un torpedo cayo en el agua y empiezo a ondular todo mi cuerpo. En los dos primeros segundos inmersa, no hay nada en el mundo. Sólo mi cuerpo. Ni el agua existe. Llevo mi cabeza muy rápido a la superficie y, tan pronto como el oxígeno llena mis pulmones, todo el universo se recría. El olor del cloro y toda suerte de pensamientos invaden mi cerebro al mismo tiempo, pero los sonidos del universo exterior a mí o al agua, aunque les oiga, son indistinguibles. Al principio, golpear con violencia la transparencia del nada me exige mucho esfuerzo y haz lo único ruido reconocible. Después de unas cinco o seis brazadas, mis movimientos ya se encuentran en la misma vibración de la infinitud exterior y mi cuerpo desliza sin cualquier destino físico. Soy el agua y floto en mis pensamientos.
Mis manos llegan a la pared por la última vez casi sin fuerza. Hierve mi cabeza, que ya no piensa. Es solamente mi nariz que respira jadeante en su búsqueda por más aire. Saco las antiparras, vuelvo a ver la realidad solida de la tierra. Cuando salgo de la piscina, tengo los músculos pesados por el cansancio, pero la mente sigue vacía. Como se quedará hasta que el agua de la ducha se me caya en los cabellos y entre en mi boca, llevando el gusto del cloro por el desagüe y despertando mis pensamientos a todo mi alrededor.

domingo, 10 de maio de 2009

Mel amargo

Levantou-se ates de o sol nascer. O cheiro da manhã naquela casa tornaria tudo mias difícil. Tinha que ser rápida, pois às sete o rádio relógio tocaria a música delas. Ao invés de dançar, como era seu costume, Rafaela sentia que ficaria paralisada, que não conseguiria agir como era devido.
Ao abrir o guarda-roupas, deu-se conta que o cheiro de Luísa estava por tudo. Decidida, segurou as lágrimas nos olhos e começou a retirar, peça por peça, todas as roupas do armário e colocá-las na mala. No meio do processo, deu-se conta de que era necessário separar uma em especial, um traje de partida. Decidiu-se pelo vestido de meia estação lavanda. O mesmo da noite que se conheceram.
No banheiro, viu as marcas vermelhas dos beijos de batom que sua amada dera no espelho. Marcas que ela veria pela última vez. Pintou sua boca de rosa, beijou sobre as marcas já existentes e, com as mãos molhadas, tentou removê-las com débil esforço, deixando apenas borrões.
Na cozinha, abriu a geladeira como se fosse preparar o café, mas o nervosismo lhe dava enjôo. Fechou a geladeira e foi até o telefone. No outro lado da linha, seu irmão disse que não havia problemas, que poderia buscá-la, esperava mesmo que a caçula ligasse cedo e estaria ali em vinte minutos. Rafaela não resistiu à tentação de preparar o café de Luísa, mesmo sabendo que não seria consumido. Antes de sair, abriu novamente a geladeira, pegou os saches de mel, buscou as malas na sala e saiu sem fazer ruído.
Chupava o doce lentamente como que para sentir o gosto dos lábios de sua pequena, embora essa tivesse por hábito consumi-los compulsivamente. Ao longo do caminho percorrido pelo carro, foi consumindo quase todos os saches, deixando apenas um guardado no bolso.
Chegaram à casa azul às sete horas em ponto, o cheiro de café já saía pelas janelas. Rafaela inspirou-os profundamente e bateu à porta. Quando Dona Mariana abriu atendeu, a moça não conseguiu conter o pranto, os olhos daquela senhora eram iguais ao da filha. Entregou-lhe então rapidamente as malas, a sacola com o vestido lavanda, virou-se para ir embora, mas voltou, dando à sogra o sache remanescente: “Pra que a Lú fique calma quando estiver entrando no paraíso”.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Velocidade contra producente

Na última terça-feira, 28 de outubro, tive de entregar uma resenha para a disciplina de Legislação em Jornalismo que respondesse à seguinte questão "Há alternativas para uma atuação do profissional de jornalismo em que se respeite especialmente a privacidade e o conceito de interesse público na atualidade?". A resposta deveria ser elaborada levando em consideração um debate realizado pela turma nos dias 14 e 21 de outubro a partir da leitura do 1º capítulo do livro "Ansiedade de informação", de Richard Saul Wurman; e de dois artigos presentes na edição de outubro da revista "Scientific American Brasil": "Fim da privacidade" de Daniel J. Solove e "A privacidade está morrendo, ou já morreu?" por Ethevaldo Siqueira.

Velocidade contra producente

Afirmar que a globalização jamais haveria chegado em seu estágio atual sem a revolução da comunicação não é notícia de hoje. Tampouco seria inovador dizer que a informação, sua produção e detenção, é a forma de governar o mundo, consolidando interesses dos grupos dominantes pela influência que exerce nas pessoas. Para sobreviver nesse habitat, não só as grandes companhias, mas também a população em geral, precisam de informações que as orientem sobre o mundo que as cerca.
Aí se inserem novamente os grandes conglomerados donos ou patrocinadores dos grandes meios de comunicação de massa. As mesmas tecnologias revolucionárias da comunicação, são utilizadas por essas empresas num confronto para ver qual consegue transmitir mais dados à população antes da concorrência. Um dos reflexos dessa produção em massa é a duplicação do conteúdo informacional a cada cinco anos. Essa ocorrência poderia ser extremamente benéfica se, primeiro: tivéssemos acesso e capacidade de compreender esses dados; e segundo, fossem realmente relevantes para as pessoas.
Infelizmente, não é o que vêm se observando. O ritmo e o volume de tal produção fordista de informações é tamanha que ao invés de saciar a necessidade que as pessoas têm, gera uma ânsia por não permitir que elas acompanhem tudo que está sendo divulgado. O caso extremo dessa sobrecarga é uma edição do New York Times que foi às ruas em 13 de novembro de 1987. Com 1612 páginas, sua leitura e compreensão em um único dia são impossíveis a qualquer ser humano, o que evidencia o mar de informações no qual estamos afogados.
Tão afogados, que nem nos damos conta que boa parte disso não constitui mais do que dados brutos, muitos dos quais, devido à sua desconexão com outros necessários a sua compreensão, nunca terão algum significado. Esta perda na produção jornalística, devido a demanda por construção de “notícias” a uma velocidade ultra-sônica, se dá não só na construção dos elementos textuais que trarão significado a elas, como também nos conteúdos por elas abordados.
O Big Brother é um dos mais gritantes casos de esvaziamento do conteúdo midiático e confusão entre vida pública e privada. Se a princípio havia alguma curiosidade um tanto quanto científica dos holandeses que o planejaram para estudar o comportamento humano nas conhecidas condições do programa, o que até justificaria ser calcificado como de interesse público, hoje ele não é mais do que uma afirmação da fome da população pelos seus 15 minutos de fama. Ora, quem criou essa necessidade foi a própria mídia. Num primeiro momento por atiçar a curiosidade das pessoas e vender como notícia o glamour da vida privada de artistas, políticos e demais personalidades cujo trabalho era antes o foco das pessoas e, depois ao trazê-las para auditórios e concursos que lhes proporcionassem, mesmo que brevemente, a mesma sensação de importância. Desta forma, a mídia foi criando uma nova fatia de mercado, pautado muito mais no que é de interesse do público, mesmo sem ter efetiva relevância para suas vidas, mas que se manteve pelas condições de mercado.
Com o advento da Internet, somado a câmeras fotográficas e filmadoras digitais - ultimas inovações da anteriormente comentada revolução da comunicação - as pessoas viram a sua oportunidade de se fazerem conhecer através de blogs, fotologs, sites de relacionamentos. Ao tentar se cadastrar num deles as pessoas são, mais uma vez, inundadas por informações dos termos do contrato, entre as quais se encontram aquelas referentes à privacidade. Mas, como as pessoas estão mais interessadas em ler sobre a vigésima internação da Amy Winehouse numa clínica de reabilitação para narcóticos elas simplesmente aceitam os termos do contrato sem se preocuparem como os outros usuários poderão se valer de suas informações pessoais.
A auto-exposição de estilos e preferência das pessoas na Internet vem sendo largamente aproveitada por empresas que as têm como publico alvo; entretanto, esta invasão, permitida pelo contrato do site, é velada e, novamente, as pessoas não são assim tão bem informadas quanto às grandes operações de poderes que tramitam nos bastidores. Por quê? Porque a mídia não lhes informa largamente sobre esse tipo de utilização que tange efetivamente a vida do internauta. Muito pelo contrário. Ela se alimenta disso na composição de muitas de suas matérias bombásticas e fomenta seu avanço.
Especialistas, como os trazidos pela reportagem da Scientific American Brasil, afirmam que não há mais privacidade e tudo o que resta a ser resguardado pelas instituições governamentais, sites e organizações que detêm nossas informações, é o acesso a tais informações e que muitas pessoas nem se importam com isso, o que é um fato incontestável. Mesmo que alguém permita, ou não esteja em condições de negar, a exploração de seu universo particular pela imprensa em algum momento íntimo e delicado de sua vida, muitas vezes, essa exposição não tem caráter informativo, somente de espetáculo para atração da audiência.
Embora a capacidade de atrair a audiência seja fundamental para a sobrevivência econômica de um jornal, aquele que o produz, o jornalista, têm uma função social estabelecida em seu código de ética: informar o que for interesse público “contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas”. Segundo o mesmo documento o jornalista não pode “divulgar informações de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes”. Ponto que vêm sendo transgredido de maneira tão dilacerante nas ultimas coberturas jornalísticas, como nos casos da defenestração de Isabella Nardoni e o seqüestro seguido de assassinato Eloá Pimentel que até mesmo jornal Zero Hora do Grupo RBS, uma das afiliadas da Rede Globo, teve de comentar, no seu editorial de 25 de outubro de 2008, o abuso nas notícias televisadas dos casos, especialmente do segundo.
Apesar de, no caso acima citado, o editor chefe não ter tido a dignidade de colocar o dedo na ferida e acusar falhas internas de seu veículo, a própria mídia começa a sentir os danos que causa quando invade um espaço que está além de seus limites. Apesar da tragédia, este é um bom momento para que os próprios jornalistas, formados ou estudantes, repensem sua atuação e levem esse novo pensamento para suas chefias através de negociações. Num caso mais extremo a organização da classe jornalística – hoje tão paralisada – junto a estudantes em uma greve seria, apesar da distância da realidade, uma boa forma de barganha.
Entretanto, uma vez que as próprias camadas dirigentes da mídia estão se dando conta da saturação da forma como se dá a apresentação dos conteúdos por ela veiculados, suas concepções estarão mais permeáveis a boas propostas de mudanças. Tais proposições, juntamente a estudos pedagógicos, talvez possam resgatar a dimensão educacional dos meios de comunicação. Criar-se-ia, assim, um caminho mais voltado para as reais necessidades da população e da plena atuação funcional do jornalismo, ao buscar maior qualificação de seus empregados, ampliando suas capacidades de redação, e, assim, aprofundando as possibilidades de interesses de um novo público leitor.

sábado, 18 de outubro de 2008

"Boneca de porcelana"

Jorge sentia cada milímetro das palmas de suas mãos arderem no contato com a enxada. O sol já estava no horizonte, mas a sensação causada pela insolação fazia com que parecesse meio-dia. Sua cabeça ardia de calor e cansaço. Seu estômago reclamava da fome causada pela escassez de comida e dinheiro. Não conseguia pensar em outra coisa senão em sua pequena filha, cujo aniversário era no dia seguinte e a quem não poderia dar nem mesmo um mínimo necessário de comida.
Dava suas últimas machadadas quando ouviu um som oco. O pedaço de terra removido revelara a existência de algo de couro. O camponês cavou com a pouca força que lhe restava, conseguindo desenterrar o baú por inteiro apenas quando a noite já havia caído. Estava sujo, mas era, de fato, um artigo luxuoso. Destravou seus fechos e abriu-o, viu, então, um volume de seda rota que revelava apenas pés de porcelana com sapatinhos de couro. Mal pôde acreditar que havia encontrado boneca tão cara enterrada por ali. Pensou em levá-la para a feira em Amsterdã, mas lembrou-se da filha que, pela primeira vez na vida, teria um presente de aniversário. Recobrou o fôlego e, feliz como nunca antes em sua vida, arrastou o baú até sua casa, limpou-o e deixou-o, então, aos pés da cama da criança, que dormia profundamente. Desabou na cama de palha e passou a noite inteira sonhando com a alegria de sua filha e esposa ao verem a surpresa.
Na manhã seguinte, Jorge acordou com um leve e agudo grito vindo do quarto da criança. Entusiasmado, despertou sua esposa e lhe contou da surpresa que havia preparado. Vestiram-se rapidamente e foram quase que saltitando até o quarto da menina. Chegando lá, a encontraram ao chão, desmaiada com a boneca nas mãos e o lenço de seda ao lado. O camponês correu ao corpo da filha e ao desprendê-la da boneca viu que esta, na realidade, era um cadáver de criança.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

saindo do ar...


Embora, conscientemente falando, eu não tenha lá muita vergonha de falar em público, nem de falar na rádio confesso que gelei na semana anterior ao pensar em fazer um programa de TV, passei mal de nervosismo e fugi. Poderia usar a desculpa de que em se tratando de câmeras eu prefiro estar atrás delas. Não seria uma mentira, uma vez que já fiz um curso pra ter noções de cinema ,no qual produzi um curta na função de diretora, e que para a cadeira de TecAV me senti bem mais confortável ajudando a Korman ao definir enquadramentos e movimentos de caâmera do que aparecendo. As luzes estouradas dos estúdios me incomodam, preferiria ser a voz do ponto, ainda que isso seja uma fuga.
De qualquer forma é certo que depois de passar por essas experiências eu ,assim como a Donat, terei menos problemas ao ter de enfrentar esses desafios nas próximas cadeiras do curso e talvez, na vida profissional.
Acabando com as minhas ladainhas pessoais falemos da televisão propriamente dita, em especial a digital. Enquanto visões otimistas quanto à sua implantação no Brasil devido a, entre outros fatores, o lançamento de um conversor popular, o fato é que muitas coisas não forma bem esclarecidas ao público brasieliro. Se nós na famecos temos acesso a informações mais minunciosas sobre esse novo sistema, se devem muito mais às nossas aulas com professores altamente qualificados do que com as informações que circulam na mídia. O.k. o governo está impulsionando a produção de conversores mais baratos. Contudo, para se ter uma qualidade digital de fato isso não basta, pois os aparelhos de tv disponíveis no mercado não tem, em sua maioria, número de linhas necessário para uma reprodução digna desse sinal. Devido a essa falta de informação, um colega na cadeira de Intro. à Metodologia de Pesquisa em Comunicação escreveu um artigo para a mesma sobre TV digital no qual conclui que, hoje, para se obter o máximo de qualidade dessa tencnologia seria necessário gastar entre 6 e 8 mil reais. Não sou tão pessimista quando esse meu colega, para quem esse upgrade de mídia só se completará no Brasil lá por 2030, mas a meta prevista pelo governo , 2016, é um tanto quanto otimista se levarmos em consideração o tempo que outras tecnologias mais baratas levaram para se consolidar.
Outro aspecto comentado foi quanto à capacidade das grandes emissoras de televisão do país produzirem programas com tal qualidade tecnológica, devido novamente ao fator econômico, tanto no que concerne os preços de produção quanto ao sharing de público que uma maior interatividade geraria, e as conseqüências econômicas disso.
Nessa hora foi inevitável a discussão sobre a qualidade da produção das novelas da Rede Globo ,talvez não como conteúdo, mas as qualidades 'filmográficas' delas que são grandes arrecadadoras de renda, através de comerciais e referência o mundo a fora.
Mundo esse que foi dominado pela interatividade do programa LOST, transmitido entre 2006 e 07, no qual sentar e absorver se transformaria num problema, uma vez que as respostas estavam espalhadas pela Internet e não no programa em si. A partir disso, muitos decretaram o fim da televisão como era. Todavia, agora, em 2008, ainda não foram feitos outros programas no mesmo formato e seriados a moda antiga como House continuam fazendo sucesso.
**essa foi a última postagem para a cadeira de Lab Jorn. Mas não a última postagem at all, se a júlia donat me deixar a concessão do blog ;)

terça-feira, 1 de julho de 2008

chegamos ao fim

Encerramos na última Quinta-feira o último módulo da cadeira de Laboratório de Jornalismo com um programa de tv, que deveria se manter no ar durante dois blocos de dez minutos cada. Nosso grupo decidiu fazer o primeiro bloco com notícias e o segundo com uma entrevista. Não conseguimos completar os 20 minutos propostos, mais uma vez por inexperiência de não ter material de reserva. Após o programa, pude perceber que o nervosismo já havia diminuído em relação à primeira experiência que tivemos, o boletim de rádio.

Essa semana, teremos o “fechamento” da disciplina, em uma aula na qual os professores comentarão todos os trabalhos do semestre. Mas, mesmo antes disso, já tenho certeza de que esse “aperitivo” do curso que tivemos ao longo deste semestre foi extremamente proveitoso para todos. Pudemos ter contato com todos os meios, debater novas tecnologias e até mesmo produzir este blog, um jornal e programas de tv e rádio. Foi o primeiro contato prático com a profissão para muitos, como no meu caso.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

TV

Iniciamos, ontem a noite, o último módulo da cadeira de Laboratório de Jornalismo. Falaremos agora sobre a TV. No primeiro momento da aula, aprendemos sobre a história da televisão no Brasil e sobre as características da mesma. A TV exige um ritmo ágil e uma linguagem conversada, e embora o comunicador esteja falando para milhões, deve falar diretamente com apenas um. Por isso se evita a utilização do plural neste veículo, e a palavra "você" aparece tão seguidamente.

No segundo momento da aula, o professor Pellanda procurou esclarecer algumas dúvidas sobre a TV Digital, que tem no Brasil um formato único. Se misturaram o modelo japonês e uma tentativa de um sistema brasileiro de tv digital, hoje representado pelo software Ginga. Ficou claro que esse mercado recém começa a surgir, o que nos prova mais uma vez que novas mídias e oportunidades de emprego tem surgido a cada dia.